Corpo da vítima foi sepultado na tarde desta quinta-feira (10), sob aplausos e emoção
O estofador Hebert Lucas Oliveira dos Santos, 30 anos, suspeito de matar a tiros a ex-mulher Isaneide Sousa Teles, 28, na Cidade Nova, pediu desculpas pelo crime através do WhatsApp. O pedido foi feito por meio de um grupo que reúne alguns moradores do bairro e do qual Hebert participava. Depois de se desculpar, ele saiu do grupo.
Hebert e Isaneide namoraram por três anos, mas há três meses o relacionamento acabou. Ele não aceitava o término do namoro e na última terça-feira (8) armou uma emboscada para a ex-mulher. Ela voltava da padaria com o filho quando foi surpreendida pelo ex-companheiro e baleada duas vezes, na cabeça e no braço.
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Hebert Lucas Oliveira dos Santos é suspeito de matar a ex-mulher, Isaneide Sousa Teles
(Foto: Reprodução) |
Na fuga, ele encontrou com o pai da vítima e o cumprimentou. A mulher foi socorrida com vida para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu na noite desta quarta-feira.
O corpo de Isaneide foi sepultado na tarde desta quinta-feira (10) no cemitério da Ordem 3ª do Carmo, na Baixa de Quintas. Sentado ao lado da avó, o filho de Isa, um garoto de 9 anos, observava o vai e veem de buquês de rosas e margaridas em direção a capela onde o corpo da mãe estava sendo sepultado.
Segundo os familiares, desde que assistiu ao assassinato da própria mãe, o menino está com o temperamento mais instável e passa muito tempo em silêncio. O pai dele morreu antes do garoto nascer. Na tarde desta quinta-feira, a todo instante pessoas se aproximavam e perguntavam como ele estava, a resposta, quando vinha, era monossilábica: tudo bem.
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Familiares e amigos de Isaneide durante o sepultamento na tarde desta quinta-feira(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)
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Vizinhos contaram que Isa tinha um relacionamento muito próximo com os pais e o único irmão. A família vivia em harmonia. Abalados, o pai e o irmão dela, Isac e Cícero Teles, respectivamente, precisaram ser amparados. Emocionada, a mãe da vítima, a passadeira e evangélica Anedite Maria de Sousa, 58, pediu por justiça. "Ele pensa que matou minha filha, mas não matou porque ela está na glória. Morto quem está é ele, que vai morrer sem salvação", afirmou.
Hebert está desaparecido desde que tudo aconteceu. A Polícia Civil informou que a tentativa de homicídio começou a ser investigada pela 2ª Delegacia (Lapinha), mas, com a confirmação da morte nesta quarta-feira, o caso será apurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia ainda não confirmou a participação de Hebert do crime, apesar das inúmeras testemunhas que presenciaram a ação.
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Conversa de amigo com Hebert pelo WhatsApp(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)
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WhatsApp e Facebook
O servidor público Lázaro Alves, 31, é amigo de Hebert e chamou o estofador para uma conversa no privado depois que viu ele pedir desculpas no grupo de WhatsApp. Lázaro perguntou porque ele cometeu o crime. "Olha a loucura que você fez cara, não pensou em ninguém, nem em você mesmo, estragou sua vida pra q?", questionou.
O servidor público Lázaro Alves, 31, é amigo de Hebert e chamou o estofador para uma conversa no privado depois que viu ele pedir desculpas no grupo de WhatsApp. Lázaro perguntou porque ele cometeu o crime. "Olha a loucura que você fez cara, não pensou em ninguém, nem em você mesmo, estragou sua vida pra q?", questionou.
A resposta, mais uma vez, foi um pedido de desculpas. Depois disso, Lázaro fez outras perguntas, o estofador visualizou as mensagens, mas não respondeu mais. Familiares de Isaneide contaram que Hebert também estava online no Facebook. Uma prima da vítima mandou mensagem inbox questionando a atitude dele, mas ele não respondeu.
Hebert é filho adotivo de um policial militar e de uma moradora da Cidade Nova. Foi casado uma vez e, segundo os vizinhos, agredia com socos e tapas a primeira esposa. Ele tem um filho de sete anos fruto do primeiro casamento e, atualmente, estava morando com a mãe adotiva. A família tem parentes em Porto Seguro, no Sul da Bahia, e a suspeita é de que ele tenha procurado abrigo na casa dos familiares.
Segundo os familiares de Isaneide, Hebert trabalhou por 16 anos em uma empresa na Avenida Barros Reis, mas perdeu o emprego desde que o homicídio ganhou repercussão. Ele é considerado pelos vizinhos um homem antissocial, frio e ciumento.
Moradores contaram que há cerca de um mês ele teve uma crise de ciúmes e deu socos em Isaneide porque ela estava indo de mototaxi para o trabalho. A esteticista trabalhava há seis anos em um salão de beleza no Cabula. A agressão aconteceu dois meses depois dela ter terminado o relacionamento. Clientes e amigos do salão também, estiveram no sepultamento.
Quem tiver informações sobre Hebert pode ajudar a polícia através do Disque Denúncia, pelos telefones (71) 3235-0000, para quem estiver em salvador ou na Região Metropolitana, ou 181, para quem estiver no interior ou em outro estado.
Fonte Correio da Bahia