M.Officer é condenada a pagar R$ 4 milhões por usar trabalho análogo à escravidão

A Justiça do Trabalho condenou a M5 Indústria e Comércio, dona da grife M. Officer, a pagar multa de R$ 6 milhões por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, de acordo com o Terra.
 
Ainda cabe recurso da decisão, em primeira instância, publicada no 21 de outubro e divulgada nesta segunda (7). Segundo decisão da juíza Adriana Prado Lima, M5 terá de pagar R$ 4 milhões por danos morais coletivos e mais R$ 2 milhões por dumping social - quando uma empresa se beneficia de baixos custos resultantes da precarização do trabalho com a intenção de praticar concorrência desleal.
O MPT argumentou na ação que peças da M. Officer eram produzidas por trabalhadores em jornadas exaustivas, em ambiente degradante, com risco à saúde, à segurança e à vida. Segundo o órgão, esse tipo de exploração é um "modelo consagrado de produção da ré, como forma de diminuição de custos, através da exploração dos trabalhadores em condições de vulnerabilidade econômica e social".
 
"Em um desses locais, constatou-se que os trabalhadores ganhavam de R$ 3 a R$ 6 por peça produzida e cumpriam jornadas médias de 14 horas. Seis bolivianos foram resgatados do local. Eles pouco falavam português e viviam com suas famílias no mesmo local de trabalho, costurando em máquinas próximas a fiação exposta, botijões de gás e pilhas de roupas", destaca o MPT.
 
Segundo o órgão, o modelo de produção da M5 corresponde ao sweating system (sistema do suor), comum na indústria da moda. "Ele se baseia na extensão irregular e subterrânea da planta industrial, com vistas a manter trabalhadores, que são vítimas de tráfico de seres humanos, num mesmo espaço de trabalho e moradia, laborando por quase nada, em jornadas extremas e condições subumanas", diz o MPT na ação. A M5 não se manifestou sobre o caso.











Fonte Bocão News
COMPARTILHAR:

+1

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial